quarta-feira, 19 de abril de 2017

Conhecendo os Celtas.


Trazendo para vocês este texto de uma estudiosa chamada Andréa Guimarães .


O objetivo deste artigo é relacionar e esclarecer algumas afirmações infundadas que têm sido difundidas erroneamente sobre os celtas e os druidas. Com o crescente interesse que essa cultura vem despertando nos dias de hoje, vemos inúmeros livros sobre neo-paganismo, como também artigos em revistas e sites na internet, citando os celtas e os druidas. Os autores de alguns desses livros e artigos certamente não tiveram adequada assessoria ou simplesmente buscaram fontes não confiáveis sobre do assunto, pois muitas das informações são erros sérios sobre os celtas, que acabaram por perpetuar idéias absurdas. 
Alguns mitos modernos que surgiram a respeito dos celtas se devem à publicação do livro de fantasia As Brumas de Avalon (de Marion Zimmer Bradley), romance genial e envolvente, mas que poucas verdades traz sobre os celtas, tendo a autora optado por romancear as informações e usado de bastante licença poética, o que é desejável em um romance de ficção. Não serve, no entanto, como base para estudos sobre os celtas e sua religião, o druidismo. 
Todas as informações aqui contidas (como em todo o resto deste site), vale lembrar, são fruto de pesquisas em fontes primárias, acadêmicas e arqueológicas. Não buscamos informações na literatura esotérica, mas na História, e nos registros que os celtas nos deixaram através de suas lendas e mitos. A seguir, relaciono os principais pontos de dúvidas e erros: 
Mito: Os druidas não eram celtas: dissociar os celtas dos druidas é o mesmo que dissociar os pajés dos índios nativos de nossas terras. Ou, grosso modo, dissociar os padres do catolicismo. Os druidas eram a classe sacerdotal da sociedade celta, eram professores, médicos, juízes, advinhos e conselheiros dos reis e rainhas. Sabemos que nem todas as tribos celtas possuíam um druida ou seguiam o druidismo como religião, mas certamente as tribos da maioria do mundo celta – me refiro aqui à Gália, Grã-Bretanha e Irlanda – tinham um druida como conselheiro, médico, juiz e sacerdote e, como religião, professavam o druidismo. 
Hoje em dia, no entanto, os modernos druidas não possuem necessariamente etnia celta, da mesma forma que não é necessário ser hebreu para seguir o judaísmo ou cristianismo, e nem hindu para seguir o budismo. 
Mito: Os druidas construíram Stonehenge: o famoso megalítico data de 2000 ac, portanto, foi construído muito tempo antes dos celtas  chegarem às Ilhas Britânicas: isso só ocorreu por volta de 700 ac. Essa informação é recente em termos históricos, pois até antes da datação por caborno 14, atribuía-se aos druidas a construção desse círculo de pedras. No entanto, não existe a menor chance dele ser um monumento druida, ainda que podemos deduzir que os druidas realizavam cerimônias em Stonehenge ao descobrirem seu alinhamento com o nascer do sol no solstício de inverno 
Mito: Allan Kardec era um druida: esse é um equívoco muito comum que freqüentemente associa o espiritismo kardecista ao druidismo. Não existe, porém, nenhuma relação entre essas duas correntes religiosas. Ao codificar o espiritismo, Denizard Hypolyte Leon Rivail (nome verdadeiro de Kardec) decidiu adotar o nome Allan Kardec para permanecer no anonimato, uma vez que ele era um conhecido professor/filósofo. Um dos espíritos que estaria passando as informações sobre a doutrina a Denizard, teria lhe aconselhado a usar esse pseudônimo, pois Allan Kardec teria sido uma de suas reencarnações como um sacerdote druida, na Gália pré-romana. Portanto, Denizard/Allan Kardec nunca foi um druida em seu tempo, mas afirmava ter sido um druida em uma de suas encarnações. 
Vale sempre lembrar aqui que os celtas não eram reencarnacionistas do mesmo modo que são os espíritas. Para os celtas, a alma era imortal e podia viver muitas vidas, sim, mas não havia o conceito de carma, recompensas ou punições como no espiritismo cristão. Para os celtas não havia um julgamento e nem uma ênfase na necessidade de fazer reparações ao reencarnar. A ênfase era em passar por novas experiências e o impulso da alma não era o dever imposto por um carma, mas sim o desejo e a necessidade natural de reviver até entrar em sintonia com o mundo dos deuses - lugar perfeito em si. (ver mais sobre o assunto em "A visão do renascimento no druidismo" e "Depois da morte", no tópico "Druidismo".) 
Mito: Os celtas eram matriarcais e cultuavam uma deusa única: esse também é um erro muito comum e muito observado em livros sobre wicca, a religião criada por Gerald Gardner. Gardner, membro a AOD (Ancient Order of Druids), criou a Wicca baseado em informações apresentadas a ele por seu amigo Ross Nichols (criador da OBOD – ordem druídica muito ativa até os dias de hoje) e também baseado em elementos da maçonaria, bruxaria tradicional e nos trabalhos de Margareth Murray sobre a suposta religião paleolítica que dominava toda a europa e tinha como principal divindade uma Deusa-Mãe. Essa mistura toda resultou numa religião interessante e atraente para nossos dias, mas também gerou muita confusão, pois insinua que os celtas adoravam uma Deusa-Mãe (idéia utilizada no romance “As Brumas de Avalon”), o que nunca foi verdade. 
Os celtas eram politeístasisto é, tinham inúmeros deuses e deusas em seu panteão, com a peculiaridade de que nenhum deles e nenhuma delas era um deus-pai ou uma deusa-mãe absolutoscomo acontece entre os gregospor exemploonde Zeus era o deus dos deuses e Hera a deusa das deusasOs deuses celtas eram tribais e associados ao lar, ao clãao local – a paisagem. Não havia uma Deusa-Mãe no panteão de nenhuma tribo celta. Aliás, as deusas celtas desempenhavam em sua maioria o papel de guerreiras ou esposas indomáveis e/ou independentes, que não se submetiam aos maridos, tinham seus amantes e levavam sua vida em liberdade. A Deusa-Mãe da wicca é a Natureza personificada, no panteão celta nenhuma deusa representava a Natureza como um todo, mas aspectos isolados dela e da paisagem a ela atribuída. 
A sociedade celta não era matriarcal, isso seria absolutamente inviável para uma sociedade guerreira como a deles. Quando muito, podemos dizer que eram matrilineares, isto é, os filhos recebiam o sobrenome da mãe em vez do sobrenome do pai. Mas poucas tribos adotavam esse processo e, em geral, quem recebia o nome da mãe eram as mulheres apenas. 
Mito: Somente as mulheres celtas exerciam o sacerdócio: informação provavelmente interpretada do romance citado “As Brumas de Avalon”, onde as personagens que seguem a assim chamada Antiga Religião (relacionada aos celtas, mas equivocada – a religião dos celtas era o druidismo) eram sacerdotisas da Grande Deusa. Embora Marion tenha citado os druidas e o Merlin como sacerdotes da Deusa única, ela dá total ênfase às sacerdotisas, o que levou alguns a entenderem que o povo celta dava exclusividade de sacerdócio às mulheres. Sabemos, no entanto, que a classe sacerdotal dos celtas era composta por druidas e druidesas, embora alguns autores também digam que eram apenas os homens que podiam exercer essa função – autores estes equivocados, mas certamente influenciados pelo mesodruidismo (ver texto sobre o tema), que era machista/patriarcal como a sociedade da época em que existiu, séculos 18 e 19. São todos unânimes, porém, em negar que somente as mulheres celtas exerciam o sacerdócio. E nenhum deles, nem druidas, nem druidesas, eram sacerdotes da Grande Deusa. Eles eram sacerdotes de seu povo. 
Mito: Os druidas eram monoteístas: outro erro absurdo que provavelmente se origina nos equívocos difundidos pelo mesodruidismo. Se houve ou há algum druida monoteísta, certamente ele nasceu depois do século 19 e esteve ou está professando a religião de forma equivocada, influenciado pelo poder do cristianismo. Os druidas clássicos pré-cristãos eram politeístas e, como todo sacerdote pagão, veneravam os espíritos da Natureza, deuses tribais, deuses da paisagem e os ancestrais. O druidismo moderno é igualmente politeísta, pois se baseia nas crenças dos druidas clássicos e não nos druidas do renascimento do século 19. 
Mito: Os druidas vieram da Atlântida: não. Mesmo que Atlântica existisse, os druidas não teriam vindo de lá. Embora na mitologia celta existam inúmeras lendas sobre ilhas míticas, os druidas nunca são originários dessas ilhas. Entre essas inúmeras ilhas, inclusive, não há nenhuma que tenha uma semelhança sequer com Atlântida. As ilhas dos mitos celtas são lugares para onde os heróis se dirigem sob o encantamento de algum ser mágico ou então em alguma missão em busca das terras imortais. Os celtas nunca vêm das ilhas, mas vão para elas. Essas ilhas são associadas ao Outro Mundo, à terra da juventude eterna, à terra dos ancestrais, ao local para onde as almas vão depois da morte, onde viverão uma vida perfeita e imortal ao lado dos antepassados e dos deuses. 
druidismo surgiu quando os celtas chegaram nas ilhas britânicas e lá travaram contato com a espiritualidade dos povos neolíticos que habitavam a região. Essa mistura da espiritualidade celta com a desses povos originou a religião dos celtas que conhecemos como druidismo, e esta migrou de volta ao continente, levando o druidismo para a Gália. Alguns autores chamam a religião dos neolíticos de proto-druida, mas a Atlântida está certamente fora de questão. É certo que o surgimento do druidismo é uma mescla da espiritualidade celta (de origem indo-européia) com a dos povos do oeste europeu. Os celtas vieram do coração da europa, onde hoje é a  Hungria, Rep. Tcheca, Suíça. Os povos neolíticos construtores de  estruturas megalíticas do oeste europeu já estavam por lá havia algum tempo quando da chegada das primeiras levas de tribos celtas. Do contato entre esses povos surge o druidismo clássico. 
Andréa Guimarães 

terça-feira, 18 de abril de 2017

Livros Iniciáticos

Então pessoal, há um tempinho em que algumas pessoas vêm pedindo indicações de livros para iniciantes. Como sempre digo, não levanto bandeira para nenhuma tradição, até porque sigo uma mistura de tudo e nada com minhas próprias crenças.
Pois bem, deixarei aqui alguns livros que gosto muito e são bem neutros. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Os livros são: 
  • Livro SS - Um Manual Prático de Magia ( Krystos Meyer) - Ele explica desde o que é ser um mago até como criar sigilos do zero. Aconselho a lerem e seguir a risca seus exercícios. Vale muito a pena!
  • Vias Ocultas ( Ian Morais)- Este livro livro explica mais de forma filosófica com uma linguagem popular, mostra diferentes linhas e faz com que entenda de forma divertida, chega a prender o leitor.



terça-feira, 11 de abril de 2017

História & Religião

Apesar do que muitos estudiosos religiosos alegarem que religião e história não têm ligações, nos anos que passei no colégio vi este argumento cair diversas vezes.
Vamos por pontos: A bíblia só existe devido a uma equipe de pessoas ligadas a arqueologia, antropologia e história, que dedicaram parte de suas vidas procurando pistas marcadas na nossa era cronológica para achar e traduzir.
Os relatos Bíblicos são marcados por datas e fatos que tanto a ciência quanto a história provam estes fatos, pois deixaram marcas na cronologia humana.
Onde quero chegar com isso?
Religião e Ciência podem caminhar lado a lado, pois sem uma a outra não tem coerência.
Sem a história a religião não ganha argumentos para ter veracidade nas nossas mentes.
Diferente da história já que ela pode sim existir sem a religião por não tratar de um conceito e sim busca os meios de formar este conceito.
Na era das cavernas o Homem primitivo não teve quem o guiasse no novo mundo que estava na sua frente, ele que desbravou tudo que conhecemos tudo era novo e assim um mistério e assim foi se formando o conceito de deuses ou as primeiras religiões.
Com o passar das Eras o homem foi evoluindo e assim deixando suas pegadas na cronologia histórica, eles deixaram o nosso primeiro manual de sobrevivência.
E fomos criando o nosso conceito religioso que conhecemos hoje em dia, pois para o homem da caverna tudo era divino (novo) não havia uma explicação então criamos os deuses.
O sagrado feminino foi criado e assim tbm o medo das divindades que criamos.
Como um conceito é criado?
Uma idéia é passada de pessoas para pessoas através das eras e assim forma a cultura de uma região. A maior criação dos homens das cavernas foi à crença em divindades, sejam elas naturais ou sobrenaturais.
Com a chegada da nova era o principio do sagrado feminino foi se perdendo criamos através do medo um novo e único deus, esquecendo por completo aquela ligação que tínhamos com o TODO.
Evoluímos e deixamos para trás o simples criamos divindades obscuras e um medo delas.
Mesmo nas eras antigas houveram alguns tentando tirar proveito deste desconhecido, para os homens das cavernas que não conheciam as tempestades foi criando o Deus dos trovoes e raios, junto com eles um medo grande e com isso surgiu tribos que usavam este medo para ganhar coisas.
Durantes as eras sempre houveram pessoas que manipulavam as outras através dos seus medos, a sociedade religiosa foi criada por este motivo, um grupo de pessoas passaram a tentar acalmar os deuses fazendo os primeiros rituais que foram passados através dos fatos históricos.
Cada tribo tinha o seu deus e seus rituais, mas eram ligados pelo medo que o desconhecido causava quem reinava era o sagrado feminino, pois este conceito vinha da ligação humana com a natureza.
Nossos antepassados observavam os dias, noites e as coisas que ocorriam ao seu redor nomeando e adorando a natureza como divindades.
Para eles o feminino era sagrado por sangrar sem morrer e por carregar a vida dentro de si mesma, mas a ganância masculina sobrepôs esta divindade que eles mesmos criaram, mataram a sua divindade feminina.

Sejam bem vindos!!!

E aí galera, como estão?
Nós fizemos esse blog para explicar a vocês algumas coisinhas sobre o que é magia e como começar os estudos da mesma.
Quem nunca teve aquela dúvida marota de por onde começar? Quais livros comprar? Qual tarot suga menos energia? Etc, etc etc... E por dentro fica o pensamento: " Será que estou ficando louco (a)? Meu deus, devo ser maluco (a)!!!"
O que podemos dizer é que de médico e louco, todo mundo tem um pouco. Então fica de boa e se liga.
Na magia, tudo gira ao redor do auto conhecimento. O que será isso?  Significa que primeiro deve se conhecer - limites, virtudes, pontos fracos e fortes, no que de fato acredita, etc - para depois e só depois escolher uma das partes em que melhor se adapta, e aí sim se jogar de cabeça.
Nós vemos a magia em tudo. Ser um bruxo é moldar as energias ao seu redor de acordo com sua vontade. Mas precisam saber uma parada importante; Tudo o que desejar, voltará em triplo para ti.
Neste meio lindo e complexo, vivemos na corda bamba mais segura sobre uma única coisinha, se desejar o bem, recebe o triplo de bondade. Se desejar o mal, recebe o triplo de maldade, coisas boas acontecem com quem deseja coisas boas e coisas ruins, com quem deseja coisas ruins.
" Mas Nat, não desejei nada de ruim pra ninguém e ainda assim tomei na cabeça."
Já ouviram falar que quando se olha para o abismo, ele passa a olhar pra ti também? Então, a energia que você emana faz com que as coisas mudem ao seu redor e Gaia está em constante mudança, jovem padauan.
Todo mestre diz que precisamos de um diário mágico para anotar tudo o que acontece, desde exercícios, rituais, visões, coisas do dia a dia até uma receita de vitamina de banana ou purê cremoso. Isso ajuda o aprendiz a entender melhor as mudanças que ocorrem. Este diário é apenas seu e não deve ser lido ou tocado por outras pessoas, pois cada uma tem sua própria energia e essa energia fica no que manipulamos diariamente.
" O que devo anotar, Nat?"
Tudo o que acontecer ou fizer e com riqueza de detalhes, como se contasse algo a si mesmo. Escreva a data, o que sentiu ou está sentindo, se ingeriu algo, o que está havendo ao redor. Se for sobre um ritual ou exercícios, escreva um mini resumo sobre os preparativos, ou sobre o que é o exercício e pra que serve, etc.
Assim, quando precisar entender alguma coisa ou estiver sentindo que algo está errado, poderá ler seu diário e entender um pouco melhor o que se passa.